A pergunta que não quer calar

Escândalos, violência, criminalidade, descaso, constantemente é destaque na imprensa brasileira. Diante da falência moral de muitas instituições públicas desse país e da total falta de credibilidade de uma classe politica, que sangra e agoniza por absoluta descrença do povo nos seus nomes e siglas partidárias, eu pergunto quando vejo e ouço dizer que os responsáveis por matar uma juíza são os mesmos, cuja missão está no dever de proteger a sociedade e zelas por sua segurança. Me pergunto quando no noticiário sou informado que o pobre cidadão brasileiro morre nos hospitais muito antes de conseguir se internar, subjugado à própria sorte nos corredores hospitalares, esperando a morte chegar. Me pergunto quando ouço políticos nas suas campanhas prometerem o que nunca vão cumprir. E o povo, não por burrice ou por não saber votar, como é de hábito falar, mas por esperança, necessidade ou desespero se ver obrigado a acreditar, porque precisa dessa esperança para continuar vivendo. Me pergunto porque cidades tão ricas, a exemplo de São Paulo ou Rio de Janeiro, são ao mesmo tempo tão pobres e miseráveis. Não seria exagero afirmar, que seus cidadãos vivem como num apartheid, separados do lado rico e milionário dos bairros luxuosos e excluídos, oprimidos e sofridos nas favelas, à mercê do crime e ausente de tudo que a riqueza oferece para o outro lado. Me pergunto quando notícias dão conta que o país tem milhões para gastar com Copa do Mundo e Olimpíada e o seu povo não tem onde morar, estudar e se tratar, pois falta moradia, escola de bom nível e hospital que atenda com dignidade. Me pergunto porque diante dessas indagações que faço, a mim mesmo, ninguém responde. Talvez não tenham respostas e se tem, não querem dar ou talvez, eu não saiba perguntar. Dizem que perguntar não ofende, mas bem que poderia. Só assim, nós cidadãos brasileiros teríamos nossas respostas e quem sabe suas soluções. Enquanto isso não acontece, rasga-se a constituição brasileira todo os dias em nossas caras e o povo fica com seus porquês.